Neste blog

1 de nov. de 2011

Lirismo...

Eu quero ser o poeta da ternura
o poeta dos carinhos, da meiguice,
das palavras de amor e da doçura
que ainda ninguém pensou... e ninguém disse...

O poeta dos "castelos" e dos beijos
quando vivemos longamente, a sós,
- que põe vultos de sonhos nos desejos
e que põe abat-jours na própria voz...

Eu quero ser o poeta que te enleia
e te encanta, e te embriaga, e te seduz,
- que no teu corpo branco como areia
compõe versos de amor feitos de luz.

O poeta que em teus olhos, num momento
acende estranhos mundos e visões,
e que adivinha o teu deslumbramento
deslumbrado com as próprias emoções...

Eu quero ser o poeta dos anseios,
dessa minha alma, irrefletida e louca,
- e desvendando o encanto dos teus seios
murmurar versos para a tua boca!

Quero ser esse poeta que tu queres
e os meus versos, assim como um perfume,
hão de embriagar a alma das mulheres
para o teu sofrimento... e o teu ciúme...

Eu quero ser o poeta da ternura
que espalha poemas e a sonhar caminha,
e que encontra afinal toda a ventura
nessa aventura de sentir-te minha!

O poeta que põe alma nos sentidos
e as belezas incógnitas desvenda,
- que murmura canções aos teus ouvidos
e fala sobre o amor num tom de lenda...

O poeta a quem tua alma se prendeu,
esse que chamas louco e sonhador,
para imortalizar teu nome e o meu
na imortalização do nosso amor!

      J.G. de Araújo Jorge - 'Os mais belos poemas que o amor inspirou', Vol. 01 pág 253

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seu comentário aqui.