A matéria-prima do poeta é a palavra e, assim como o escultor extrai a forma de um bloco, o escritor tem toda a liberdade para manipular as palavras, mesmo que isso implique romper com as normas tradicionais da gramática. Limitar a poética às tradições de uma língua é não reconhecer, também, a volatilidade das falas.
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30 de mar. de 2012
Brigitte
Tua beleza é misteriosa...
De onde ela vem?
Tua tristeza é misteriosa...
E eu sinto, agora:
Tua beleza é tua tristeza;
Tua tristeza é tua beleza.
Olhos negros, pele de chocolate.
Mulata, negra, morena –
Dengosa, formosa, voluptuosa.
Um mistério, eu não entendo;
Um desejo, eu não entendo.
E, por essas razões,
Minha vontade é criar, sentir
Que tu existes...
Reinventar o que nunca meus olhos viram:
– Tua beleza, Brigitte.
Vicente Freitas http://vicentefreitas.blogspot.com/
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