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30 de mar. de 2012

Brigitte


Tua beleza é misteriosa...
De onde ela vem?
Tua tristeza é misteriosa...
E eu sinto, agora:
Tua beleza é tua tristeza;
Tua tristeza é tua beleza.

Olhos negros, pele de chocolate.

Mulata, negra, morena –
Dengosa, formosa, voluptuosa.

Um mistério, eu não entendo;
Um desejo, eu não entendo.
E, por essas razões,
Minha vontade é criar, sentir
Que tu existes...
Reinventar o que nunca meus olhos viram:

– Tua beleza, Brigitte.



                   Vicente Freitas  http://vicentefreitas.blogspot.com/  

28 de mar. de 2012

Distância

A distância que nos separa
é imensa, quase tangível.
Tanto que até poderia caminhar
sobre ela.
O quê nos aconteceu? Se o
sentimento era indizível,
o amor indivisível?
O que ocorreu em nosso caminho?
Não há explicação, tampouco
há destino nesta estrada
mal formada entre nós.
Não há canteiros que a enfeitem,
somente buracos, quais do dia a dia
normal de uma cidadezinha simplória
e mal governada.
Assim foi (ou é) nosso amor, que amor?
Se somente eu te amei?
Somente eu me doei.
De que lado da estrada você estava
a acenar sem compromisso
para qualquer que lhe piscasse?
De que lado da estrada me deixaste
a esperar sem fim? Irias voltar?
Nem me abandonaste, não é?
Cansei de esperar e abandonei a mim
em teu lugar!

27 de mar. de 2012

Noite Fria

A noite fria da alma
escurece  os sentidos
Finge que nos acalma
Mas nos deixa aflitos

Contar estrelas não adianta
muito menos esperar uma cadente
não há pedido que dê esperança
para uma alma tão doente

O dia quente do espírito
clareia os mesmos sentidos
fortalece-nos com um grito
e ao amor ficamos rendidos!


22 de mar. de 2012

S.O.S.

Estou cansada do
nada absurdo
que me corrói!

Cansada do imenso
vazio que
me destrói!

Cansada do infinito
buraco negro
que em mim
se constrói!

Estou cansada,
preciso ser salva.
Há, por aí,
algum herói?

                        Regina Célia Costa

16 de mar. de 2012

Suplício

Toma-me, ó soberano amor!
Em seus braços quero ficar.
Dou-me, a ti, sem pudor!
Nos seus passos quero me guiar!

Esqueça! Suplico com fervor!
Deixe-me, agora, por favor;
Pois, quero estirpar o terror,
De tê-lo como único amor!

Não. Não sorrias deste modo para mim.
Não queira deter-me em seus braços,
Não houve começo, mas este é o fim
Não da vida e sim de nossos laços!

                    Regina Célia Costa

14 de mar. de 2012

Dor



A imensa dor que ainda
habita meu pobre coração
é a descoberta que não finda
e me corrói de amarga emoção!

De mim, ela toma conta.
Espalha-se por todas as veias.
Sinto-me, em vasto, uma tonta
presa a ti por fortes correias!

Rasga minh'alma sem piedade,
afoga minha carne em fogo,
e me diz, com certa maldade:
que não foi 'querer', apenas um jogo!


                          Regina Célia Costa