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23 de dez. de 2011

No meu peito

Sinto em meu peito
Uma dor sem medida.
Como viver desse jeito
Sem você na minha vida?

É verdade que, com fervor, insisto
Num louco querer impossível.
Mas, que mal há nisto?
Não sou, ao amor, insensível!

Esta dor invade meu ser,
Destrói meu coração.
Eu tento não te querer.
Mas, não consigo não.

22 de dez. de 2011

Pra você

Minhas palavras nascem para você. 
São todas suas.
Não haveria como dizer algo sobre o 
amor se você não estivesse
nele ou em mim!
Não saberia escrever o amor
se não fosse por você estar
em minha pele, em meus poros!
Não poderia sentir o amor e vivê-lo 
se você não fizesse parte
da minha essência!
Minhas palavras... eu.
Eu e minhas palavras...
Pra você.


18 de dez. de 2011

Deu branco

Me deu branco na poesia,
Não consigo esculpir palavras.
Nem rima aparece nesse dia
pois não são minhas escravas.

Preciso dar um tempo.
Ler algo, outro alguém.
Curtir este meu destempo,
Juntar as mãos num Amém.

Esperem! Esperem por mim!
Voltarei nova e refeita.
Ainda, pois, não é o fim
Da minha grande colheita!

             Regina Célia Costa

Mulher ao espelho

Hoje, que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.

Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.

Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?

             Cecília Meireles

9 de dez. de 2011

Traduzir-se

Uma parte de mim
é todo mundo;
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim 
é multidão;
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera; 
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta;
outra parte 
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente;
outra parte
se sabe de repente.

               Ferreira Gullar

5 de dez. de 2011

O velejador

  Quando desbrava o extenso mar
    Com seus sonhos coloridos
    Pensa em onde ancorar
    Seus horizontes já vividos.

    Sem medo, e sim respeito,
    Se entrega à aventura.
    Não tem outro, só um jeito:
    Encará-lo com bravura!
    
    Esta é a vontade primordial
    Do nobre e caro velejador:
    Dividir, com o mar, seu ideal
    Pois tudo dele é amor!

               Regina Célia Costa, 03/12/11